• Desenvolvimento de escala para medir conceitos de esquizofrenia: experiência entre psiquiatras brasileiros Original Articles

    Santos, Darci N.; Blizard, Robert; Mann, Anthony H.

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: Foi desenvolvida uma escala para medir aderência ao conceito Bleuleriano e Schneideriano de esquizofrenia entre psiquiatras trabalhando em São Paulo, analisando relações entre variáveis sociodemográficas e de formação sobre o escore obtido. MÉTODOS: Questionário contendo escala visual analógica com dezessete enunciados sobre conceitos Schneideriano e Bleuleriano de esquizofrenia, foi distribuído para 150 psiquiatras. As sub-escalas Bleuleriana e Schneideriana foram avaliadas por metódos psicométricos de consistência interna, estrutura das subescalas e confiabilidade test- reteste. RESULTADOS: Completaram o questionário 117 psiquiatras. A subescala Schneideriana demonstrou melhor consistência interna e melhores coeficientes de correlação intraclasse. Não houve associação negativa entre os escores das subescalas. Discordância com o conceito Bleuleriano predominou entre profissionais treinados na USP. CONCLUSÕES: A baixa confiabilidade da sub-escala Bleuleriana limita a confiabilidade do instrumento como um todo, embora contribua para a discussão dos modelos em questão. Argumenta-se que o modelo Bleuleriano, por exigir maior inferência, torna-se propenso a baixa confiabilidade.

    Resumo em Inglês:

    INTRODUCTION: Among psychiatric disorders schizophrenia is often said to be the condition with the most disputed definition.The Bleulerian and Schneiderian approaches have given rise to diagnostic formulations that have varied with time and place. Controversies over the concept of schizophrenia were examined within European/North American settings in the early 1970s but little has since been reported on the views of psychiatrists in developing countries. In Brazil both concepts are referred to in the literature. A scale was developed to measure adherence to Bleulerian and Schneiderian concepts among psychiatrists working in S. Paulo. METHODOLOGY: A self-reported questionnaire comprising seventeen visual analogue-scale statements related to Bleulerian and Schneiderian definitions of Shizophrenia, plus sociodemographic and training characteristics, was distributed to a non-randomised sample of 150 psychiatrists. The two sub-scales were assessed by psychometric methods for internal consistency, sub-scale structure and test-retest reliability. Items selected according to internal consistency were examined by a two-factor model exploratory factor analysis. Intraclass correlation coefficients described the stability of the scale. RESULTS: Replies were received from 117 psychiatrists (mean age 36 (SD 7.9)), 74% of whom were made and 26% female. The Schneiderian scale showed better overall internal consistency than the Bleulerian scale. Intra-class correlation coefficients for test-retest comparisons were between 0.5 and 0.7 for Schneiderian items and 0.2 and 0.7 for Bleulerian items. There was no negative association between Bleulerian and Schneiderian scale scores, suggesting that respondents may hold both concepts. Place of training was significantly associated with the respondent's opinion; disagreement with a Bleulerian standpoint predominated for those trained at the University of S. Paulo. CONCLUSIONS: The less satisfactory reliability for the Bleulerian sub-scale limits confidence in the whole scale but on the other hand this questionnaire contributes to the understanding of the controversy over Bleulerian and Schneiderian models for conceptualisation of schizophrenia, the former requiring more inference and therefore being prone to unreliability.
  • Fatores de risco para mortalidade perinatal em Pelotas, RS, 1993 Original Articles

    Menezes, Ana M. B.; Barros, Fernando C.; Victora, Cesar G.; Tomasi, Elaine; Halpern, Ricardo; Oliveira, André L. B.

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: Apesar de importante redução da mortalidade infantil em Pelotas, RS, na última década, as causas perinatais foram reduzidas em apenas 28%. Analisou-se os principais fatores associados a essas causas. MATERIAL E MÉTODO: Todos os nascimentos hospitalares e óbitos perinatais, em Pelotas, foram acompanhados através de visitas diárias aos hospitais, durante 1993 até a primeira semana de 1994. RESULTADOS: O coeficiente de mortalidade perinatal foi 22,1/1.000 nascimentos. A análise multivariada apontou os seguintes fatores de risco: baixo nível socioeconômico, sexo masculino e idade materna acima de 35 anos. Nas multíparas, encontrou-se maior risco para a mortalidade fetal naquelas que relatavam baixo peso prévio e natimorto prévio. A mortalidade neonatal precoce esteve associada com número de consultas pré-natais inferior a 5 e baixo peso ao nascer. CONCLUSÕES: Principais fatores de risco para mortalidade perinatal: baixo nível socioeconômico, idade materna elevada e sexo masculino. Para mortalidade neonatal precoce, o risco maior foi para consultas pré-natais <5 e baixo peso ao nascer.

    Resumo em Inglês:

    INTRODUCTION: Although there was a considerable reduction in infant mortality in Pelotas, Rio Grande do Sul in the last decade, its perinatal causes were reduced only by 28%. The associated factors of these causes were analised. MATERIAL AND METHOD: All hospital births and perinatal deaths were assessed by daily visits to all the maternity hospitals in the city, throughout 1993 and including the first week of 1994. RESULTS: The perinatal mortality rate was 22.1 per thousand births. The multivariate analysis showed the following risk factors: low socioeconomic level, male sex and maternal age above 35 years . Among multigravidae women, the fetal mortality rate was significantly increased for mothers with a previously low birthweight and a previous stillbirth. For early neonatal mortality the risk was significantly increased by a smaller number of antenatal visits than 5 and low birthweight. CONCLUSIONS: Main risk factors for perinatal mortality: low socioeconomic level, maternal age above 35 years and male sex. For early neonatal mortality the risk was significantly increased by a smaller number of antenatal visits than 5 and low birthweight.
  • Impacto da vivência de rua nas amizades de crianças em idade escolar Original Articles

    Rohde, Luís A.; Ferreira, Maria Helena M.; Zomer, Andréa; Forster, Letícia; Zimmermann, Heloisa

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Trata-se de um estudo para avaliar as relações de amizade em meninos de rua de 7 a 11 anos da cidade de Porto Alegre, RS, Brasil. MÉTODOS: Uma amostra de 30 meninos de rua foi comparada com outra de 51 meninos de 7 a 11 anos que viviam com suas famílias de baixa renda, utilizando-se a Entrevista Sobre Amigos e Companheiros da Cornell (Cornell Interview of Peers and Friends). RESULTADOS: Os dois grupos apresentaram escores globais na entrevista significativamente diferentes, sendo que o grupo de meninos de rua obteve o escore médio mais alto. Da mesma forma, os meninos de rua apresentaram escores de adequação do desenvolvimento, autoestima e habilidades sociais significativamente menores do que os meninos com família. CONCLUSÕES: Levando-se em conta os resultados, é enfatizada a urgência do desenvolvimento de intervenções com as crianças com vivência de rua, especialmente com os meninos de rua.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: This is a study to evaluate friendships in latency street boys of Porto Alegre, RGS, Brazil. METHODS: A sample of 30 latency street boys was compared with a sample of 51 latency boys living with their low income families, using the Cornell Interview of Peers and Friends (CIPF). RESULTS: The two groups had a significantly different CIPF global scores, and the boys of the street group had the highest mean score. Also, boys of the street had significantly lower developmental appropriateness, self-esteem and social skills scores than boys living with a family. CONCLUSIONS: The urgent need for intervention street children, especially on boys of the street, is emphasized.
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revsp@org.usp.br